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Descubra por que é que a economia circular ainda é um desígnio por cumprir, quais as vantagens e os bons exemplos que encontramos em Portugal.

O título deste artigo pode remeter-nos para uma música conhecida, mas na realidade trata-se de uma reflexão sobre economia circular, um modelo económico que procura alcançar a sustentabilidade ao maximizar a reutilização de recursos e minimizar os desperdícios. Parece fácil e evidente, mas se fosse assim, este artigo terminava aqui. Não é simples criar um sistema fechado, circular, onde os materiais utilizados são constantemente reaproveitados, criando ciclos contínuos de uso, aumentando o ciclo de vida dos recursos. Vamos então passar da teoria à prática e à nossa realidade, que é animadora e motiva-nos para continuar a promover “as voltas e voltas”.

Em Portugal, a adoção da economia circular tem vindo a crescer, com consequências para o aumento da competitividade, para estimular a inovação e para incentivar o crescimento económico. Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente, a economia circular pode permitir a criação de até 700.000 novos empregos até 2030, além de uma redução de pelo menos 55% nas emissões de CO2, alinhando o país com as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris.

Muitos países em todo o mundo estão a trabalhar nesse sentido, mas há ainda um longo caminho a percorrer. O Fórum Económico Mundial lembra que, de acordo com o Circularity Gap Report 2023, apenas 7,2% da economia global é circular.

As empresas portuguesas estão cada vez mais conscientes da importância de integrar práticas circulares nas suas operações, mas é necessário agir já. É necessário o envolvimento de grandes e pequenas empresas no investimento de tecnologias e processos que permitem a reutilização de materiais e a redução de desperdícios que se adequem à sua realidade, à realidade do País. Criar sinergias entre diferentes setores é importante para a implementação de um sistema mais eficiente e sustentável.

Um exemplo de destaque é o da The Navigator Company, uma das maiores empresas de papel e celulose de Portugal, que investiu milhões de euros em tecnologias que permitem a reutilização de resíduos de biomassa na produção de energia. Em 2023, 76% da energia produzida pela Navigator nos seus complexos industriais teve origem em fontes renováveis, incluindo biomassa, dando-lhe o papel de destaque no setor, com cerca de 37,4% do total do país utilizando este combustível ecológico e não fóssil. As renováveis representaram também 80% da energia primária consumida na empresa, no mesmo período.

Outro caso relevante é o da Sonae, que nos últimos anos fizeram progressos relevantes em termos de ecodesign das embalagens com o objetivo de eliminar o uso desnecessário de plástico ou substituir sempre que outra matéria-prima demonstre um melhor desempenho em termos de ciclo de vida do produto. A Sonae apresenta 74% de embalagens recicláveis e 11% de embalagens que incorporam matéria reciclada. Para assegurar o compromisso de garantir as embalagens recicláveis, a Sonae adotou um conjunto de medidas que envolvem a eliminação dos materiais não recicláveis, e a utilização de componentes de embalagens cujos materiais sejam compatíveis entre si para efeitos de reciclagem.

Não podemos deixar de referir a RESINORTE, empresa responsável pela recolha e tratamento de resíduos na zona Norte Central de Portugal, com o investimento de mais de 5 milhões (com o apoio do POSEUR) aplicado na requalificação da instalação de tratamento mecânico e biológico localizada em Riba de Ave, para aumentar a capacidade de processamento das linhas de receção e tratamento dos biorresíduos provenientes da recolha seletiva. Novos desafios que tornam a win win situation para a região e para o ambiente.

A mudança, a transição para uma economia circular, requer ainda uma mudança de mentalidade, tanto a nível empresarial como do consumidor. Sensibilizar e educar sobre os benefícios económicos e ambientais deste modelo é fundamental para que o caminho seja entendido por todos, não esquecendo das políticas públicas consistentes e dos incentivos financeiros que desempenham também um papel vital para estimular a adoção de práticas circulares.

Temos consciência que a economia circular representa uma oportunidade única para Portugal e que com a colaboração de todos os setores da sociedade, é possível construir um futuro mais resiliente e próspero, onde os recursos são utilizados de forma mais inteligente e eficiente. Continuar a investir na economia circular é, sem dúvida, um passo estratégico para o desenvolvimento sustentável do nosso país.

A economia circular oferece um caminho promissor para a sustentabilidade económica e ambiental. Embora existam desafios significativos, os benefícios potenciais justificam os esforços para transformar o sistema económico atual. A colaboração entre governos, empresas e sociedade civil é essencial para promover a adoção de práticas circulares e garantir um futuro mais sustentável para todos.

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